terça-feira, 1 de junho de 2010

Com a palavra, Mineirinho


Embora tenha acompanhado toda a evolução da carreira de Adriano de Souza, até por morarmos na mesma cidade, Guarujá, sempre tive vontade de ''enquadrá-lo'' para uma entrevista.

Resolvi enviar algumas perguntas pelo seu perfil no Facebook, e que foram respondidas durante o trajeto dele de volta ao Brasil depois de uma trip para a Indonésia.

Além de compartilhar o seu dia-a-dia com a galera, Mineirinho também aproveita a interatividade da rede social para fazer promoções, como uma em que ele premia o fotógrafo e o cinegrafista que produzirem as suas melhores imagens.

Na entrevista abaixo, uma de nossas maiores esperanças de título mundial dá sua opinião sobre diversos temas, como a polêmica declaração de Kelly Slater depois da derrota para Jadson André na etapa do Brasil. Entre outros assuntos, Adriano de Souza também se declara fã do Waves.

Quais foram as principais evoluções espirituais daquele Mineiro que aprendeu a surfar na escolinha do Alcino "Pirata" Neto para o Mineiro top 5 de hoje?

Tudo o que consegui foi com muita dedicação e muita raça. A maior sorte que tive no início da carreira foi a de encontrar as pessoas certas, que me colocaram para o mundo. Neste caso o meu irmão, Pirata. E quem me projetou no surf mundial foi o Pinga (Luiz Campos), que até hoje é a peça principal da minha carreira.

Você já realizou grande parte dos seus objetivos. Fora o título mundial, quais são seus maiores sonhos?


Todos eu já realizei. O bom é que agora tenho um único sonho, o de conseguir a taça mais cobiçada do mundo. Por isso tenho que batalhar muito ainda.

Você esperava se tornar o surfista brasileiro mais respeitado do Circuito Mundial até hoje?


Cara, na verdade há milhares de surfistas no Brasil que não têm aqui o respeito que possuem lá fora. Tento fazer as minhas coisas e, é claro que se conseguir o meu maior sonho, isso virá automaticamente.

O que achou da declaração de Kelly Slater dizendo que quer ver o Jadson André em Pipeline ou Teahupoo?


Ele quer ver o Jadson para baixo, como fez com vários, devido ao poder que tem nas mãos. Mas o Jadson vai evoluir com tempo e está no caminho certo.

Temos o Pinga que está sempre dando o maior suporte para ele. Hoje tenho o Jadson como exemplo e ele veio para incomodar. Se já afetou a cobertura, imagine o primeiro andar.

Quem são seus shapers?

Bom, tenho três shapers oficiais: DHD, Tokoro e Timmy Partteson. São três pessoas que estão sempre na minha capa de prancha.

Qual foram as pranchas mágicas da sua vida?

Ricardo Martins, que me colocou no topo do mundo pela primeira vez com a prancha que fui campeão mundial Pro Junior; a do Isac, quando fui campeão Iniciante bem no início da minha carreira e, para finalizar, as DHD’s, nas quais no ano passado fiz duas finais do World Tour com a mesma prancha (Snapper Rocks e Imbituba).

Qual sua onda preferida?

Canto das Astúrias, Guarujá.

Você despontou muito cedo, com 15, 16 anos. Nesta idade, muitos surfistas cansam de viajar o mundo e a saudade da família aperta. Quando caiu na estrada, achava que era mais fácil ou já esperava esta correria? Como você vê essa molecada que acaba cansando rápido, ou melhor, não foram preparados psicologicamente para isso?

Bom, concordo com seu ponto de vista, mas o que me deixa vivo é a vontade de me tornar campeão do mundo. Vou fazer de tudo para conseguir, vou lutar até as minhas últimas energias.

Você é um internauta nato. O que acha do site Waves?

O Waves é chave principal do surf brasileiro e sempre estou na internet ligado nas notícias. Hoje posso dizer que sem a net a minha vida ficaria difícil (risos).

E as promoções no Facebook? De onde tirou a ideia de premiar um fotógrafo com R$ 500 e um cinegrafista também?

Bom, queria muito ver o meu Facebook bombar. O que mais o pessoal quer ver são fotos e vídeos. A partir disso, veio a ideia de premiar o pessoal e também interagir com eles, para postarem fotos e disputar com os melhores do Brasil. Isso é bacana.

Se pudesse apostar, quem seriam os top 3 neste ano?

É muito cedo para dizer. Ano passado, Mick Fanning era top 8 e foi para liderança em três eventos. Eu aposto no Jadson entre os três este ano.

Da nova geração brasileira, quem você acha que estará no World Tour nos próximos cinco anos?

Bom, a minha aposta vai para toda esta molecada que está chegando. Não quero colocar certos nomes e esquecer do restante.

Eu aposto em todos e deixo bem claro todos têm chances de se tornar um atleta WT e ser campeão. Não queremos mais atletas se preparando para entrar no WT, e sim atletas que se prepararam para ser campeões. Entrar no WT é consequência do processo.

Só para finalizar, por que o apelido ''Mineiro''? Você é come-quieto?

Estou sempre comendo pelas beiradas. Vêm do meu irmão, come-quieto, daí eu recebi este apelido pelos amigos dele. Valeu, Sylvinho, pela oportunidade. Estou no aeroporto de Cingapura e voltando para casa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário