segunda-feira, 31 de maio de 2010

CPTEC confirma previsão


O boletim do CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) desta segunda-feira traz boas notícias para os surfistas do litoral Sul, Sudeste e de parte do litoral Nordeste do pais.

A previsão de entrada de swell se confirma e um intenso ciclone posicionado à Leste do Rio Grande do Sul gera uma potente ondulação de Sul / Sudoeste que vai atuar em toda a costa da região durante esta semana.

No litoral Sul / Sudeste, o ápice do swell acontece entra terça e quarta-feira (01 e 02/06). As maiores séries podem atingir 4 metros nos picos mais expostos e situação é de alerta, principalmente para as atividades portuárias, de navegação e pelo risco de desabamento nas construções à beira mar.

Fatores externos – vento e tempo instável – que acompanham a entrada e o quadrante da ondulação comprometem a qualidade das ondas nas próximas 36 horas.

Entre o final da tarde de terça-feira e a manhã de quarta, simultâneo ao ápice do swell, o vento deve amenizar e virar para Leste. O período dispara e fica na casa dos 12 segundos. Se tudo ocorrer dentro do previsto, vários points vão funcionar em condições clássicas.

No litoral Nordeste, o ápice do swell acontece entre quinta e sexta-feira (03 e 04/06). Na Bahia e em Sergipe, infelizmente, os fatores externos – favoráveis até ontem – sofreram alterações significativas e devem detonar a formação das ondas. Enquanto a ondulação estiver na área, o vento Sul / Sudeste vai soprar entre forte e moderado. O período relativamente baixo – 8 segundos – aponta que, muito provavelmente, o mar ficará storm.

Em Alagoas deve ficar bom. Vento fraco e período alto – 12 segundos – indicam excelentes condições a partir de quarta-feira. Da Paraíba para cima o swell, passa por fora da costa, mas balança o mar e pode rolar um surf em vários points até o litoral pernambucano.

Acompanhe mais detalhes sobre esta ondulação em nossas próximas atualizações.

Ousadas e atrevidas nas maiores


Em março de 2008, a revista Ehlas entrou no ar com uma proposta simples, mas desafiadora: apresentar em suas edições bimestrais o comportamento daquelas que optaram por um estilo de vida alternativo.

O foco sempre foi o lifestyle das praticantes das mais diversas categorias esportivas femininas e, paralelamente, matérias de interesse do seu público. Ou seja, surf, longboard, bodyboard, skate, kitesurf, bike, ao lado de reportagens sobre moda, ecologia, saúde, arte, aventura, turismo, educação, entre outras.

Tudo isso sempre de forma criativa, bem ilustrada, com muita personalidade e adrenalina, além, é claro, de um inequívoco e bem-vindo “toque” feminino.

Na edição comemorativa de dois anos, que já está no ar, acompanhamos a desportista Silvia Nabuco em busca das maiores ondas; a atual campeã brasileira profissional Suelen Naraisa provando porque é uma grande vencedora dentro e fora d’água; a fotógrafa Michele Roth, que une paixão pelo surf e a fotografia, além das nossas já tradicionais colunas sobre o bodyboard, longboard, arte e ecologia.

domingo, 30 de maio de 2010

Paulistas dominam a Bahia


Depois de três dias de disputas acirradas na praia de Jaguaribe, Salvador (BA), foram definidos na tarde deste domingo (30/5) os campeões da primeira etapa do Billabong Brasileiro de Surf 2010, que define os títulos brasileiros por equipe e de seis categorias de base do surfe brasileiro.

Depois de dois dias de liderança catarinense, São Paulo virou o jogo nas primeiras baterias do dia e largou na frente em busca do terceiro título nacional consecutivo.

Dos 175 atletas inscritos na competição, 24 chegaram às baterias decisivas, depois de superarem os adversários e as ondas agitadas pelo forte vento Sudeste, nos dois primeiros dias de prova.

Já com o vento ameno e ondas de boa qualidade, com cerca de 1 metro, brilharam no início da tarde de domingo, as estrelas de Gutemberg Silva (Open), Filipe Toledo (Júnior), Estefany Freitas (Feminino Open e Júnior), Deivid Silva (Mirim) e Lucas Silveira (Iniciantes).

Depois de vencer a Júnior, Filipe Toledo, 15 anos, expressou um sentimento bem ousado, que condiz com a atitude na novíssima geração do surf brasileiro, ao ser questionado sobre a responsabilidade de substituir nomes como Jadson André, Gabriel Medina, Alejo Muniz e Miguel Pupo (que saíram deste circuito nos últimos três anos e são destaques internacionais).

“A responsabilidade é grande, mas estamos nos preparando para isso. A base que a maioria deles saiu são as mesmas minhas, os circuitos brasileiro e paulista amadores. Portanto, queremos ser igual ou bem melhor que eles”, dispara Toledo, com a mesma ousadia, maestria e determinação que surfou as ondas de Jaguaribe durante os três dias do evento. Filho de peixe, Filipe é filho do campeão brasileiro profissional de 1993 (Ricardo Toledo) e irmão do surfista profissional Matheus Toledo.

Uma das maiores apostas da competição e do surfe brasileiro, Toledo impressionou em todas as baterias que disputou. Na final Júnior, em especial, ele mostrou frieza na escolha de ondas e radicalidade na execução das manobras. Resultado: liderou de ponta a ponta e fez 13.67 pontos, o maior score de todas as baterias finais. E não foi fácil, pois seus adversários na decisão, Diego Micherref, Cauê Wood e Maheus Navarro, não estavam pra brincadeira durante a competição e mostraram que ainda vão dar muito o que falar.

Já na final Mirim, Filipe Toledo foi superado pelo conterrâneo Deivid Silva e pelo potiguar Ítalo Ferreira (vencedor e vice respectivamente). Campeão brasileiro da categoria Iniciantes no ano passado, Deivid, 15, não encontrou moleza, mas foi eficiente na escolha das ondas e na execução das manobras, perfazendo, nas duas melhores ondas, 12.86 pontos, apenas 0.16 a mais do que Ferreira (12.70).

“A final foi, sem dúvidas, a bateria mais difícil que disputei. Até o anúncio do resultado final não deu pra comemorar, porque o Ítalo fez uma onda boa. Agora quero buscar também o título brasileiro da Mirim”, confessa Deivid Silva, ainda ofegante, poucos depois minutos de sair do mar e ser bastante celebrado pelos companheiros de equipe.

Mesmo ficando na quarta colocação por equipes, os cearenses levaram três canecos pra casa. Soberana entre as meninas, Estefany Freitas deu um verdadeiro show e venceu na Open e na Júnior. Atual vice-campeã Júnior do Brasil, a cearense mostrou que não está para brincadeiras. Bastante concentrada, fez tudo certo e não foi páreo para ninguém.

Soberana na Júnior, computou notas 5.50 e 6.80, fez 12.30 pontos no geral, contra 7.30 da segunda colocada, Natalie Paloma, de São Paulo. Já na Open, a coisa foi mais difícil. Com 10.80 pontos, ela venceu apertado Kaena Brandi (10.07), Gilvanilta Ferreira (10.00) e a baiana Janine Saltos (5.30).

Outro cearense campeão foi Gutemberg Silva. Com 11.30 pontos, ele derrotou o paraibano Samuel Igo, o catarinense Leandro Silva e o paranaense Victor Valentim na grande decisão. A escolha de ondas e a frieza foram suas principais estratégias desde a primeira fase, para largar na frente em busca do título brasileiro da temporada.

Pela categoria Iniciantes, o carioca Lucas Silveira também usou de frieza e, é claro, muito talento para derrotar o paraibano Elivelton Santos. O carioca reverteu o placar nos segundos finais e ficou com o título que parecia, desde a primeira fase, que tinha destino certo: a aldeia do Forte, na Baía da Traição (PB), onde mora o pequeno índio, de 13 anos.

Resultados da primeira etapa do Billabong Brasileiro de Surf 2010

Open

1 Gutemberg Silva (CE)- 1.000 pontos
2 Victor Valentim (PR) - 900
3 Samuel Igo (PB) - 810
4 Leandro Silva (SC) - 729

Júnior


1 Filipe Toledo (SP) - 1.000
2 Matheus Navarro (SC) - 900
3 Caue Wood (SC) - 810
4 Diego Micherref - 729

Mirim

1) Deivid Silva (SP) - 1.000
2) Italo Ferreira (RN) - 900
3) Filipe Toledo (SP) - 810
4) Michael Rodrigues (CE) - 729

Iniciantes

1 Lucas Silveira (RJ) - 1.000
2 Elivelton Santos (PB) - 900
3 Victor Bernardo (SP) - 810
4 Edgar Groggia (SP) - 729

Feminino Open

1 Estefany Freitas (CE) - 1.000
2 Kaena Brandi (SP) - 900
3 Gilvanilta Ferreira (RN) - 810
4 Janine Santos (BA) - 729

Feminino Júnior

1 Estefany Freitas (CE) - 1.000
2 Natalie Paola (SP) - 900
3 Jessica Bianca (PE) - 810
4 Paula Gabi - 729

Equipes

1 São Paulo - 206
2 Santa Catarina - 168
3 Paraíba - 158
4 Ceará - 136
5 Rio Grande do Norte - 118
6 Rio de Janeiro - 114
7 Bahia - 110

sábado, 29 de maio de 2010

O despertar da laje


Nos últimos dois meses, em duas ou três oportunidades, uma laje ainda pouco explorada da região de Garopaba (SC) funcionou com excelentes condições.

Enquanto a praia da Silveira e os beach breaks mais expostos ficaram fora de controle, o pico quebrava com direitas e esquerdas de até 3 metros. Série atrás de série, ondas solitárias, consistentes e tubulares bombardearam a bancada.

Existem relatos de tentativas de surfar neste pico - na remada - em dias menores com ondas de aproximadamente 1 metrão.

"Todas tentativas foram sem sucesso devido à velocidade do drop e à dificuldade de posicionamento. Acredito que de tow-in o pico possa ser melhor aproveitado”, afirma David Nagamini, surfista local, fotógrafo e correspondente do Wavescheck.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Insanos encaram Massaguaçu (SP)


A primeira etapa do Skim Sessions 2010, válido pelo Circuito Brasileiro de Skimboard, acontece nos dias 29 e 30 de maio na praia de Massaguaçu, Caraguatatuba (SP).

São esperados atletas do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo. As categorias em disputa são Open e Iniciante.

De acordo com Fabio Bueno, organizador do evento, o local foi escolhido de forma estratégica. Além de Massaguaçu ser uma praia de tombo e possuir uma orla extensa, o canto Sul é marcado por ondas fortes.

“Esta praia é considerada por atletas profissionais como uma das melhores do Brasil para a prática de skimboard”, diz Bueno.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Uma laje para exportação


Em todo o mundo, o fenômeno climático El Niño proporciona temporadas históricas para os surfistas e em Santa Catarina não poderia ser diferente, onde um pico especial atrai as lentes dos fotógrafos brasileiros, a Laje da Jagua, em Jaguaruna.

A onda ganhou já ganhou destaque em edição da revista Fluir com fotos do famoso swell que atingiu o Brasil no início do outono. Nessa data, enquanto o Rio de Janeiro estava inundado, surfistas apareciam na TV aberta fazendo tow in em plena Baía de Guanabara.

Em Jaguaruna não foi diferente e os tow surfers locais encararam mais uma investida na Laje. Na barca estavam Plínio Cruz, André Paulista, Thiago Jacaré, Marcus Pettini e Fabiano Tissot, registrados pelo fotógrafo Harleyson Almeida.

A sessão deu uma prévia do que está por vir no Mormaii Tow In Laje da Jagua – In Memory of Zeca Scheffer. O evento tem período de espera aberto até o próximo dia 30 de julho e reunirá alguns dos maiores nomes do esporte no país e no mundo.

Atletas como Rodrigo Resende, Carlos Burle, Sylvio Mancusi, Everaldo Pato, Jeff Clark e Garrett McNamara já confirmaram presença e estarão na disputa pelo prêmio de R$ 20 mil oferecidos ao primeiro lugar.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sphaier sai na frente


O saquaremense Rodrigo Sphaier sagrou-se bicampeão da primeira etapa do Petrobras Longboard Classic 2010, encerrado neste domingo (23/05) na praia de Solemar, Jacaraípe (ES).

O mau tempo não espantou o público, que torceu muito durante todo o campeonato. Na final, Sphaier enfrentou o local do Guarujá (SP), Jaime Viúdes, que surfou com estilo, mas não conseguiu superar seu adversário. Em terceiro lugar ficaram o paulista Jefson Silva e o carioca Rodrigo de Souza.

Rodrigo Spahaier, conhecido como Diguinho, larga na frente na briga pelo título brasileiro de longboard, que no ano passado escapou por muito pouco.

“Quero agradecer a todos os meus amigos do Rio, aos meus patrocinadores e ao mar, que em todos os dias de competição esteve muito bom e me deu condições para conseguir esta vitória. Estou muito feliz, mas o meu objetivo para este ano é o título brasileiro”, diz Sphaier, que é o atual vice-campeão nacional de longboard.

O segundo colocado, Jaime Viúdes, fez uma bela participação no campeonato eliminando, nas quartas-de-final, o decacampeão nacional Picuruta Salazar.

“Competir com o Picuruta é sempre uma honra. Ele é um professor para mim, me ensinou a competir e ganhar as baterias no surf, sem táticas e sem jogo. Hoje é um dia muito especial, é o aniversário da minha mãe e do meu afilhado. Dentro da água eu suei sangue e fui com tudo pra vencer, mas infelizmente não deu. Mas elas podem ter certeza se depender da minha raça eu ainda vou chegar lá, quem sabe ano que vem”, revela o segundo lugar, Jaime Viúdes.

As meninas também fizeram bonito neste domingo. Nas finais, a pernambucana Atalanta Batista levou a melhor e venceu a competição. A carioca Chloé Calmon ficou com o segundo lugar. Em terceiro, ficou Jasmim Avelino, do Rio de Janeiro, e em quarto, a capixaba Thais Tedesco.

Quem subiu no lugar mais alto do pódio, na categoria Master foi o carioca Adolfo Jordão. O catarinense, Paulo Sefton surfou muito durante todo o evento e ficou em segundo, seguido dos cariocas Dario Barros e Miguel Calmon.

Entre os dias 19 e 21 de novembro, o PLC se muda para a praia da Macumba (RJ), onde será definido o grande campeão nacional de 2010.

Resultados da primeira etapa do Petrobras Longboard Classic 2010

Profissional


1 Rodrigo Sphaier (RJ)
2 Jaime Viudes (SP)
3 Jefson Silva (SP)
3 Rodrigo de Souza (RJ)

Feminino

1 Atalanta Batista (PE)
2 Chloé Calmon (RJ)
3 Jasmin Avelino (RJ)
4 Thais Tedesco (ES)

Master

1 Adolfo Jordão (RJ)
2 Paulo Sefton (SC)
3 Dario Barros (RJ)
4 Miguel Calmon (RJ)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Quintal de casa


A pálpebra pesa pela festinha da véspera, mas é sábado, dia de surfe no quintal. Boto o short de pano colorido ainda úmido da caída da véspera, tomo o Nescau numa só golada, cato uma mão de biscoito Maizena e pego minha Hidrojets amarela limão reluzente, que tem um inconfundível cheiro de fibra e pequenas bolhas de sal roubadas do mar.

Short no corpo e prancha na mão, é hora de alcançar o paralelepípedo da Sambaíba, amaciado pelo tempo. As pedras – como as do mar – têm pontas arredondadas. Aos 13 anos, piso sem medo, com passadas ligeiras para reduzir a distância entre meu quarto e meu quintal, a praia do Leblon. Flutuo pelos degraus, de três em três, na escada que chega ao Baixo. Na rua do canal, o cheiro de maresia é o doping que faltava: num último pique, alcanço o calçadão.

Aquela praia abandonada, frequentada apenas por alguns poucos moradores do bairro, é o meu quintal, onde eu me reconheço como gente. A ondulação escorre de Leste na bancada de areia, levantando pequenas esquerdas na bancada fofa. Piso nos grãos ainda gelados das seis horas da matina, e avanço contra o sol até chegar ao pico, em frente ao Posto 12.

Na água, antes das ondas, respiro o odor de esgoto – o único veneno naquele paraíso. Micoses pela pele e amigos com hepatite denunciam a intolerável condição de banho. Mas, para um adolescente nascido naquele quintal, a condição dada é a condição vivida, aceita. Como o garoto que, na falta de um campo gramado para bater uma bola, joga descalço num lixão.

Os locais são os maiores ídolos – Coquinho, Pixote e especialmente Ricardinho. Não me lembro de ter visto Ricardinho em alguma competição, mas, para mim, ele é o cara. Os anos de ginástica olímpica lhe deram a flexibilidade para se entortar em drops magnéticos e passear por dentro de ondas ocas que nós, moleques mortais, nem remamos.

A molecada já tenta disputar o pico. Xandi, Júnior, Lúcio, Alica, Tiquinho, Minami, Merreca e uma pá de outros moleques remam de um lado para o outro, atrás das sobras. Tem também uma galera mais cascuda: Alfredo, Rivaldo, Esquilo, Brabão. E o excêntrico Gel.

Volto para casa, depois de quatro horas na água. Arroz, feijão e, depois, o embalo de uma sesta. Acordo aos 37 anos, pronto para mais uma caída.

A pálpebra ainda pesa pelo sono curto provocado pela noite mal dormida das filhas. Boto um short de tactel ressecado pelas semanas sem surfe, cato a mesma mão de Maizena, tomo um copão de mate e pego minha Joca Secco modelo fish, para aguentar a falta de ritmo de remada. A prancha, de tanto tempo sem ver água salgada, nem gordura de maresia tem.

O caminho entre a casa e o quintal é um pouco maior. Boto a Joca no rack da bicicleta, calço as Havaianas e desço a ladeira com a mão colada no freio para não perder o controle da velha Giant. Mas quero chegar o mais rápido que eu puder ao quintal dos tempos de moleque. Cada minuto ali, agora, tem o valor de uma eternidade.

É um sábado de sol, é fim de tarde. A praia não está mais vazia. Virou a faixa de areia preferida pela molecada formadora de opinião. Princesas e garotões se espalham pela areia. O Leblon, antes um recanto familiar esquecido no fim de uma linha de ônibus, virou um Principado de Montecarlo tupiniquim, com desfile diário de celebridades e água mineral a mais de R$ 4.

Consegui ficar por já morar lá há décadas, desde os tempos do velho bairro de classe média remediada, quando os novos ricos ainda não inflacionavam o mercado em busca de status.

Mas o velho quintal ainda está lá. As ondas estão um pouco diferentes, por causa dos sucessivos aterros de areia para conter a violência das ressacas de Sul. Mas, hoje, linhas suaves de direita lambem a pedra do Pontão e escorrem até a areia. A velha Disneylândia.

Os ídolos da molecada agora têm um currículo de respeito: Marcelo Trekinho foi campeão brasileiro, Marcos Sifu é um dos maiores especialistas em aéreo do mundo. Os moleques e cascudos dos anos 80 envelheceram, mas não largaram o Leblon. A eles, juntaram-se todas as gerações que vieram em sequência. Sim, o pico está mais cheio. Às vezes até desconfortável. E ainda sofre com eventuais descargas irresponsáveis de esgoto em cima dos surfistas.

Mas o prazer de envelhecer no quintal de casa, no cenário preferido de sua vida, supera qualquer coisa. Ir surfar a pé ou de bicicleta, encontrar todo mundo pelo caminho, jogar conversa fora entre uma onda e outra, acertar a manobra só porque você conhece de olhos vendados a curva que a onda faz ao quebrar, perceber a diferença sutil dos tons de azul do céu e as sombras do Morro Dois Irmãos, acertar o horário de migração dos biguás e, claro, passar a vida sobre uma prancha, perto de casa: são presentes que só um quintal pode dar.

Fonte: Waves

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Surf improvável em Munique


Faz 3 graus, mas a sensação térmica é muito mais baixa. A neve ainda cai. São flocos tão pequenos que não chegam a tocar o chão.

O vento é forte, mas as toucas, cachecóis, luvas e casacos protegem as pessoas pelas ruas. Alguns caminham, outros arriscam pedalar sobre a neve que forra o solo como um tapete branco. O inverno está só começando.


Ao andar pelas ruas centrais a cultura alemã se consagra em cada detalhe. Barracas que vendem frutas das mais exóticas. Amoras, framboesas, cerejas, romãs e ameixas. Outras vendinhas oferecem as típicas salsichas dentro de um pão baguete, nada mais tradicional para quem é de fora provar.

Na frente de uma loja, três homens apostam na música latina para ganhar algumas moedas na caixinha de papelão. Os restaurantes típicos servem carne de porco, batatas e chucrute, além do chope em canecões de 1 litro.

Muitos turistas circulam pela Prinzregentenstrasse, onde está localizado o Museu de Arte “Haus der Kunst” e o início do Englischer Garten na face sul, o maior parque da Alemanha. Ao lado, está o Rio Isar, um dos afluentes do grande Danúbio, que corta a cidade e corre por toda a extensão do parque.

O rio é largo e raso. A água num tom verde musgo é o habitat de diversos patos e peixes. O Isar divide-se em corredeiras artificiais que cortam todo o Englischer Garten. Uma delas é o Eisbach, que significa córrego gelado em português. Na sua margem, árvores ainda carregam as últimas folhas da estação e estampam o cenário de cartão postal da capital da Bavária.

De longe se avista um menino com uma prancha embaixo do braço. Seus passos pela Prinzregentenstrasse são tão rápidos como se algo de muito horrível estivesse a acontecer naquele momento. A roupa e a bota de neoprene preto aquecem o corpo do surfista em pleno inverno. Após alguns segundos ele desaparece virando à direita naquela mesma rua.

Ao chegar mais perto daquele local, algumas pessoas estão paradas na ponte Himmelreich e olhando para baixo. São tantos os curiosos que é difícil arranjar lugar para decifrar o que está acontecendo ali embaixo. Um menino carrega uma câmera fotográfica e registra o momento, outro casal deslumbrado observa atentamente, algumas crianças que não alcançam o parapeito espiam pelos seis círculos vazados que decoram a ponte.

O barulho é como se fosse de uma forte queda d’água. O córrego Eisbach passa por baixo da cidade de Munique e através da ponte Himmelreich surge com sua forte correnteza. Suas águas geladas batem contra uma rampa de pedras e formam uma onda de 1 metro.

A cada momento mais pessoas paravam para olhar a onda eterna. Da ponte consegue-se observar a fila formada na neve. São surfistas. Um atrás do outro. Uns conversam, outros se concentram. Alguns mais novos e outros mais velhos. Todos esperam a sua vez bem ali no coração da cidade.

Na margem, o menino larga a prancha na água e joga-se em cima dela em pé. Com um movimento rápido começa a fazer a arte. A perna de trás faz peso sobre a prancha e coordena as manobras, a da frente acompanha. São rasgadas de um lado para o outro, aproveitando toda a extensão de 12 metros da onda. Em um certo momento, com um movimento rápido, o menino lança seu corpo para trás e deixa-o fluir com a correnteza. Segundos depois ergue-se, sai da água, pega sua prancha e retorna para o fim da fila.

Sempre viajando pelo mundo atrás de imagens do surf, o videomaker catarinense Pablo Aguiar viu de perto a atração. Em um tour pela Europa, Pablo escollheu a cidade para fazer parte do roteiro de imagens. Com ele estavam Cássio Sanchez e James Santos, que fazem do surf uma profissão.

sábado, 22 de maio de 2010

Woohoo em clima de festa


O Woohoo, único canal de TV por assinatura de toda a América Latina dedicado aos esportes de ação, à música e ao comportamento, completa quatro anos no ar neste sábado (22/05).

Nestes últimos tempos, o canal construiu uma história. Com o maior arquivo de imagens do segmento, o Woohoo passou de 30 mil para 1 milhão de residências.


Entrevista com as maiores estrelas, viagens para os cantos mais remotos do planeta e notícias dos principais acontecimentos fazem do Woohoo o meio oficial dos fissurados de plantão em todo o Brasil.

WQS ao vivo Neste final de semana (22 e 23/05), o canal que não amarela transmite, ao vivo, a reta final do Maresia Surf International na praia Mole, Florianópolis (SC).

Imagens ao vivo via internet estão na tela do Woohoo com narração e comentários de Bruno Bocayuva e Christiano Spirro diretamente do evento, que também conta com entrevistas exclusivas com os surfista na areia feitas pela repórter Lorena Montenegros.

Horários de exibição do ao vivo no Canal Woohoo previstos para: Sábado das 9 às 11 horas e das 14 às 16 horas. No domingo previsto a partir das 9 horas da manhã (sujeito a alterações).

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Kymmerson não dá mole


O jovem capixaba Krystian Kymmerson comandou o ataque brazuca no segundo dia do Maresia Surf International, etapa de nível 6 estrelas do WQS que rola na praia Mole, Florianópolis (SC).

Em ondas mexidas de até 2 metros, o atleta de apenas 16 anos não tomou conhecimento dos adversários e obteve o maior somatório entre os brazucas nesta quinta-feira ao totalizar 13.34 pontos na vitória sobre o uruguaio Marco Giorgi (2o), o australiano Jayke Sharp e o paulista Tamaê Bettero.

Atual campeão brasileiro amador na categoria Open, o surfista revelado em Vila Velha costuma fazer bonito quando as condições do mar estão pesadas e nesta quinta não foi diferente.

No segundo dia do Maresia International, a pontuação de

Dayyan Neve registra maiores pontuações na praia Mole.

Kymmerson foi superada apenas pelo australiano Dayyan Neve, ex-top da elite mundial.

Dayyan arrancou a maior nota (9.00) e registrou o maior somatório da prova até o momento, 16.83 pontos em vinte possíveis.

Em depoimento concedido à assessoria de imprensa da ASP South America, o ex-top da elite mundial elogiou as dificeis condições do mar na Mole.

“As ondas estão muito boas, pelo menos para mim. Está um pouco balançado pelo vento forte, mas consegui achar umas ondas boas, abrindo, para vencer com os recordes do campeonato, foi show”, vibrou Dayyan Neve.

“Sou de Manly Beach e lá as ondas ficam assim direto, então estou acostumado. Fiquei feliz de ganhar uma nota 9, foi uma onda perfeita com a primeira seção bastante em pé e tentei fazer manobras certas, com segurança, já que o vento atrapalha bastante. Mas, confesso que fiquei surpreso em saber que foi a melhor onda do campeonato até agora, melhor ainda então, fico feliz por isso”.

Também se destacaram nas ondas mexidas nomes como Hizunomê Bettero, Pablo Paulino, Rodrigo Dornelles e Bernardo Pigmeu.

Defensor do título da etapa, o paulista Gabriel Medina estreou avançando atrás do sul-africano Rudy Palmboom, deixando em terceiro o catarinense Pedro Husadel e em quarto o noronhense Patrick Tamberg.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ricardinho encontra o tubo


Nesta quarta-feira, a direção do Maresia Surf International promoveu as 20 primeiras baterias da fase de abertura da etapa de nível 6 estrelas do WQS.

Em ondas de até 2 metros e formação irregular, o destaque do dia foi o catarinense Ricardo dos Santos, que achou o único tubo do dia para somar 8.00 pontos na melhor onda na vitória sobre o sul-africano Beyrick De Vries (2o), o baiano Alandreson Martins e o catarinense Caetano Vargas.

"Acho que surfar em casa proporciona um pouco esses momentos. Competi aqui durante grande parte da minha vida, já morei aqui na Mole em outras épocas e acho que isso facilitou um pouco meu posicionamento na água", diz Ricardinho, que somou ainda uma nota 6.33 para totalizar o maior somatório do dia, 14.33 pontos.

"Tentei me manter em movimento, pois se você ficar parado a correnteza acaba te levando para um lugar onde as ondas não estão boas. Espero continuar tendo facilidade para achar as ondas", continua o atleta morador da Guarda do Embaú.

Ricardinho chega embalado por um excelente quinto lugar na etapa de nível 6 estrelas disputada em Saquarema (RJ), na última semana.

"Isso não é por acaso e não acontece de uma hora para a outra. Venho me dedicando bastante desde o começo do ano para adquirir experiência, perdi em muitos campeonatos e acho que isso vem dando um bom ritmo de competição. Também tenho me preparado muito bem com pranchas e condicionamento fisíco, acho que isso faz a diferença, principalmente num mar como esse. Aqui é preciso estar disposto a varar a arrebentação por várias vezes, já que o mar está storm e difícil", conclui o catarinense.

Quem também descolou 8.00 pontos na melhor onda nesta quarta foi o cearense Messias Félix. "Tive sorte e nos 15 primeiros segundos já consegui pegar uma onda boa. Depois foi muito difícil porque está forte e a arrebentação também está sinistra ali no meio da praia", diz Messias, atual campeão brasileiro.

"Ainda não tive bons resultados aqui na praia Mole, mas este ano estou bastante focado no WQS e espero que o resultado venha este ano", conclui Félix.

Nesta quinta-feira, a direção do Maresia International promove uma chamada às 8 horas para dar continuidade à primeira fase. Faltam quatro baterias para o término da rodada.

Sucesso total na primeira etapa do circuito Setemilhas Adventure Sports universitário de surf pernambucano.


A etapa patrocinada pela surfwear Setemilhas, aconteceu nos dias 15 e 16 de maio, na praia da pedra de Xaréu, localizada no município do Cabo de Santo Agostinho. Atletas dos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio grande do Norte estavam presentes para as disputas, que aconteceram em ondas bem extensas, com cerca de meio metro, em cima de uma rasa bancada de pedras, uma das melhores ondas do litoral pernambucano.

Os atletas apresentaram um verdadeiro show de surf nas pequenas direitas, demonstrando total controle e habilidade em cima da prancha. “A etapa do Xaréu serviu como um treinamento, para a primeira disputa do circuito brasileiro de surf universitário, que acontecerá nos dias 21, 22 e 23 de maio no pontal de Baía Formosa, que apresenta basicamente as mesmas condições da praia da pedra do xaréu”. Garantiu o presidente da USPE Bruno Monteiro.

Os destaques da etapa foram Aldo Luís, com um surf bem fluido e boa escolha de ondas e garantiu o título da principal categoria do evento, Open universitário, e ainda ficou em segundo lugar na categoria Open (aberto). Carlos Pito, com um surf leve e rápido, ficou em segundo lugar nas categorias Open universitário e Master Degree. O potiguar Manoel de Souza, passou todas as baterias que disputou em primeiro lugar. Na final, conseguiu pegar uma ótima direita e aplicou várias batidas e rasgadas com bastante força, que lhe rendeu a maior nota do evento (8,5).
A revelação da etapa veio do surf feminino, Dudinha, no seu primeiro campeonato universitário chegou vencendo e não deu chances para as adversárias.

A etapa mais uma vez foi um grande sucesso e o patrocinador do evento, a empresa, SETEMILHAS ADVENTURE SPORTS, ficou bastante satisfeita com o resultado da etapa.
Confira como ficou a Primeira etapa do Circuito Universitário de Surf Pernambucano.

Open Escolar:

1- Caio Santos
2- Robson Silva
3- Junior Lima
4- Gregory Alves

Iniciante Universitário:

1- Léo Macaco
2- Bruno Monteiro
3- Rafael Zá
4- Clebson Alves

Feminino Universitário:

1- Dudinha
2- Ana Flávia
3- Natália

Master Degree (Formados):

1- Flávio Henrique
2- Carlos Pito
3- Felipe Barroco
4- Leonardo Ferreira

Open Universitário:

1- Aldo Luís
2- Carlos Pito
3- Mário Neto
4- Rafael Cabral (RN)

Open (Aberto):

1- Manoel de Souza (RN)
2- Aldo Luís
3- Osvaldo Cajá
4- Ricardo Erick

O USPE, circuito Universitário de surf Pernambucano, em sua etapa Pedra de Xaréu, tem patrocínio SETEMILHAS ADVENTURE SPORTS.
Apoio da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, ABRASU, Teccel, Rotator, Urban Wave, Mix 103.1FM, Saka Praia, Wave Grip, Argo, Bob Nick, Gráfica Kraft, Unetur, Federação Pernambucana de Surf, Mar Aberto Lanchonete, Pedra Preta Bar e Pousada.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Compre Saquarema, compre Saquarema


Era só mais uma visita de rotina, para saber das novidades oficiais da associação manda-chuva do surfe profissional. Entrei no site da ASP na sexta-feira certo de que veria, entre as notícias de destaque da página principal, as ondas fabulosas do WQS de Saquarema. Horas antes, eu tinha aberto uma batelada de e-mails com fotos alucinantes e notícias frescas do evento.

A despeito de ser um evento com mais surfistas caseiros que grandes estrelas mundiais, estavam lá alguns nomes importantes no mundo da própria ASP: o garoto prodígio do Hawaii John John Florence, o vencedor de Trestles, Gable King e, claro, o quarto do mundo Jadson André. Aliás, a ASP não pode esquecer que o cara é o quarto do mundo.

Ah, as ondas. John John disse que lembravam um pouco as do Hawaii. Jadson disse que estava difícil lá dentro, mas parecia bonito de fora. Esta é a chave do sucesso, desde o Coliseu de Roma. Da areia, o bom fotógrafo Daniel Smorigo registrou imagens de primeira de um swell que variou entre 2 metros e 1 metrinho em Itaúna, sempre com linhas bonitas.

Então, depois de ler e ver isso tudo, abri o site da ASP. Lá vi notícias sobre um insosso Pro Júnior feminino em Les Bourdaines, na França, e um similar masculino em Manu Bay, na Nova Zelândia. Nos dois eventos, ondas risíveis. Fui na setinha do site – onde é possível passar de uma notícia para a outra. Nada de WQS em Saquarema. Nenhuma bomba de Itaúna.

Postam bateladas de Pro Junior e não dão uma linha de um evento importante no Brasil? A primeira reação, coisa de jornalista, foi mandar um e-mail para o gerente de mídia da entidade. No texto, contei o que tinha visto, e usei como isca o John John, que além de excelente surfista, é aposta certa da ASP como o nome havaiano dos próximos anos.

Até então, a melhor foto era dele. Escrevi: “Recomendo que a associação publique alguma coisa. Apesar de o evento estar sendo realizado no Brasil, as ondas estão incríveis”, disse, com um gota de ironia no canto da boca. O gerente de mídia da ASP Internacional me respondeu prontamente, dizendo que estava havendo algum problema e que iria resolver isso.

Eu iria ainda mais longe com o texto se soubesse – como soube mais tarde – que os assessores do evento e da ASP América Latina, ambos excelentes profissionais, vinham enviando textos em inglês e uma fartura de fotos de ação para a matriz da ASP.

Bom, não sei se foi a causa, mas, no dia seguinte, o Coca-Cola WQS em Saquarema estava estampado no site da ASP. A foto, claro, era do John John, num assustador ataque de backside. Tá bom, o surfista era havaiano. Mas a onda e o evento, respeitáveis, eram brasileiros.

Sem querer desmerecer o trabalho especialmente determinante das duas assessorias, que produziram conteúdo de enorme qualidade todos os dias, a insistência de um jornalista inconformado pode ter ajudado um pouco. Uma força extra nunca é demais.

É como o bem-sucedido anúncio do chocolate que apelava para a hipnose pela repetição. Só que, na prateleira, estão o pico e o evento: “compre Saquarema, compre Saquarema...”

Onde passa um boi brasileiro, passa a boiada. A ASP reproduziu notícias de Saquarema até o fim do evento, quando deu Willian Cardoso na cabeça, em final contra o amigo Marco Polo.

Desta vez, a vitória brasileira foi ainda maior. Venceu a cidade de Saquarema, grande palco do surfe brasileiro, que voltou a mostrar a sua força para a ASP. E venceram, mais uma vez, os organizadores do evento, pelo esforço de bancar, apesar dos possíveis obstáculos logísticos, um evento do circuito mundial numa das melhores ondas do Brasil.

Trio esquenta as turbinas


Na última segunda-feira, a equipe da Maresia aproveitou as boas ondas de meio metro na praia Mole, Florianópolis (SC), para um treino bastante descontraído.

O carioca Gustavo Fernandes, o cearense Edvan Silva e o team manager Christiano Spirro fizeram bonito nas valinhas da Mole.

Os desfalques foram o paulista Flávio Nakagima e o baiano Marco Fernandez, que foram liberados para outros compromissos.

As pequenas ondas de meio metro e péssima formação na praia Mole forçaram a direção do Maresia International a adiar o início da prova nesta terça-feira.

Uma nova chamada acontece ao meio-dia para avaliação das condições do mar. Na última segunda, o mar apresentava boas ondas de meio metro, mas o vento Leste e a chuva entraram nesta terça e as condições pioraram bastante.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Heitor é vice na Califa

O Brasil foi muito bem representado na Final Mundial do V.Q.S (Volcom Qualifying Series), encerrada no último sábado (15/05) em Newport Beach, Costa Mesa, Califórnia (EUA).

O último dia do evento apresentou boas condições e surfistas de vários cantos do planeta disputaram US$ 50 mil de premiação.

Na categoria Groms, Wesley Santos ficou em quarto lugar e foi o primeiro brasileiro a garantir pódio. Por sinal, o garoto de Peruíbe (SP) quebrou em todas as baterias, conquistando o respeito dos adversários.

Na final, Wesley não encontrou boas ondas em um mar difícil, com forte correnteza, e acabou na quarta colocação, faturando US$ 1 mil. Nada mal para um garoto de 15 anos em sua primeira competição mundial.

Na categoria Júnior (sub-17), o Brasil foi representado nas finais pelo atleta Santiago Muniz (time Volcom Brasil), que vinha embalado e apresentando um surf muito bom.

Santi, como é conhecido, acaba de voltar de uma lesão forte no joelho e ficou um tempo se recuperando. Na final, a forte correnteza o atrapalhou e ele ficou na quarta colocação, também conquistando US$ 1 mil e a sua primeira final do V.Q.S. Mundial.

Na categoria Pro / Am, Heitor Pereira (time Volcom Brasil) deixou nomes de peso do surf mundial no meio do caminho. Na final, o atleta do Guarujá (SP) pegou pela frente Mitch Coleborn, da Austrália, e os norte-americanos Cody Thompson, destaque dos filmes de surf atuais, e o garoto prodígio Nat Young, de Santa Cruz, Califórnia.

A bateria rolou com ondas mexidas, fechando e com uma forte correnteza. Porém Heitor Pereira achou algumas boas e ficou na segunda colocação, conquistando o vice campeonato e US$ 4 mil, perdendo apenas para Mitch Coleborn, que nas péssimas condições ainda realizou um Big Air no hand e um aéreo 360º, faturando US$ 10 mil e um jet-ski.

Resultados finais do V.Q.S Tour 2010

Pro / Am

1 Mitch Coleborn (Aus)
2 Heitor Pereira (Bra)
3 Nat Young (EUA)
4 Cody Thompson (EUA)

Júnior

1 Carlos Muñoz (Cri)
2 Tanner Hendrickson (Haw)
3 Keanu Asing (Haw)
4 Santiago Muniz (Bra)

Groms

1 Colin Moran (EUA)
2 Koa Smith (Haw)
3 Ian Gentil (Haw)
4 Wesley Santos (Bra)

Girls

1 Quincy Davis (EUA)
2 Sara Taylor (EUA)
3 Bailey Nagy (Haw)
4 Kelia Moniz (Haw)

Slater lança autobiografia


A Editora Gaia lança nesta semana o livro Pelo Amor, escrito por Kelly Slater em parceria com o jornalista e também surfista Phil Jarratt.

Não há como negar. Ninguém no mundo conhece Kelly Slater melhor do que ele mesmo. Em Por Amor, o maior surfista profissional de todos os tempos abre seus arquivos e revolve sua memória para contar os grandes momentos de sua vida e de sua carreira.

Totalmente ilustrado com belíssimas fotografias, o livro disseca a vida e o pensamento do atleta nos temas diversão, desafio, dinheiro, puro prazer, estrada, show, futuro e amor.

Aliás, todos esses assuntos nomeiam os capítulos, que apresentam textos profundos, intensos e sempre ricos em detalhes. No epílogo, Slater responde a 88 questões elaboradas pelos fãs.

Personalidades como Tom Curren, Eddie Vedder, Pamela Anderson e Shaum Tomson participam do livro e dão depoimentos sobre sua relação com o campeão.

O resultado é a oportunidade de embrenhar-se em fatos inéditos, memórias íntimas e momentos únicos, bem como conhecer o que pensa Kelly Slater sobre política, meio-ambiente, música, design de pranchas, altos e baixos das competições e a sensação de estar dentro de um tubo.

Pelo Amor concede ao leitor total acesso aos segredos profissionais daquele que é e sempre será um ícone do surfe mundial. O livro encontra-se disponível nas prateleiras das maiores livrarias do país.

O site Waves reserva um exemplar aos internautas e promove um sorteio até o próximo dia 20. Para participar, basta escrever uma mensagem no fórum desta matéria. Mas só serão aceitos cadastros preenchidos corretamente. Estão descartados cadastros com nomes, telefones e endereços falsos. O resultado será divulgado no dia 20 no pé desta reportagem.

domingo, 16 de maio de 2010

Willian Cardoso coroado em Saquarema


O catarinense Willian Cardoso é o grande vencedor do Coca-Cola Saquarema Pro 2010, etapa de nível seis estrelas do WQS encerrada neste domingo (16/5) em Itaúna, Saquarema (RJ).


Em ondas com cerca de 1 metro e boa formação, ele derrotou seu conterrâneo Marco Polo pelo placar de 16.73 a 13.66, obtido com fortes batidas e rasgadas de backside, muito bem encaixadas.


Marco Polo comandou as ações durante grande parte do duelo, mas a dez minutos do término Willian encontrou duas esquerdas em pé que proporcionaram seções críticas para fortes ataques ao lip e valeram 7.33 e 9.00 pontos, que deixaram Polo precisando de 9.40 e carimbaram a vitória de Willian. Polo ainda tentou uma reação para diminuir a diferença com 5.27, que não foram suficientes para a virada.


Marco Polo fica com a segunda colocação. Foto: Aleko Stergiou.
Anteriormente, na primeira semifinal, Willian Cardoso passou pelo norte-americano Nathaniel Curran com 17.20 a 14.17 pontos. Para isso, o brasileiro castigou as esquerdas do pico com batidas e rasgadas de backside potentes e muito bem colocadas.


Para quebrar tudo nas manobras, foi fundamental para o brasileiro uma boa escolha de ondas e posicionamento correto, além de joar com inteligência e fazer bom uso da prioridade, impedindo que seu adversário mesmo surfando bem tentasse qualquer tipo de reação.


Já na segunda semi, Marco Polo espancou todas as esquerdas que apareceram em sua frente. Com manobras bem encaixadas e sempre invertendo tudo para dentro da parte crítica, ele não deu chances ao sul-africano Travis Logie, também integrante do ASP World Tour, e somou 14.46 pontos contra apenas 11.43 do adversário.


Confira mais informações, fotos e ranking em nossas próximas atualizações.


Resultado do Coca-Cola Saquarema Pro 2010


1 Willian Cardoso (Bra)

2 Marco Polo (Bra)

3 Nathaniel Curran (EUA)

3 Travis Logie (Afr)

5 Ricardo dos Santos (Bra)

5 Heitor Alves (Bra)

5 Jerônimo Vargas (Bra)

5 Wiggolly Dantas (Bra)

9 Pablo Paulino (Bra)

9 Nathan Hedge (Aus)

9 Neco Padaratz (Bra)

9 André Silva (Bra)

9 Victor Ribas (Bra)

9 Alex Ribeiro (Bra)

9 Gabriel Villaran (Per)

9 John John Florence (Haw)

sábado, 15 de maio de 2010

Molecada estreia em Ubatuba (SP)


A primeira etapa do Hang Loose Surf Attack começa neste sábado (15/05) na praia de Itamambuca, Ubatuba (SP).

Válido pelo Circuito Paulista Sub-18, o evento conta com as categorias Júnior (sub-18), Mirim (sub-16), Iniciantes (sub-14), Grommets (sub-12) e Petit (sub-10).

Em sua vigésima terceira edição, a disputa é considerada uma das principais reveladoras de talentos do surf brasileiro. Atletas de todo país competem e muitos que figuram nas principais competições mundiais deram os primeiros passos nas categorias de base do paulista.

“Neste circuito passaram quase todos os surfistas brasileiros que hoje brilham nos circuitos profissionais como Adriano de Souza, Marco Polo, Heitor Pereira, Junior Faria, Binho Nunes, Renato Galvão, Odirlei Coutinho, entre outros”, diz Marcos Bukão, diretor técnico do evento e da Federação Paulista de Surf (FPS).

Patrocinado desde 1995 pela Hang Loose, o circuito passa por uma verdadeira renovação nesta temporada. Enquanto nomes consagrados como Gabriel Medina, Ian Gouveia, Jessé Mendes, Caio Ibelli, Miguel Pupo, entre outros, partiram para o profissionalismo, surfistas da nova geração vêem na competição uma chance de conquistar um espaço no cenário do esporte.

“Destaco atletas como Luan Felipe, de Praia Grande, os ubatubenses Lucas Santos e Filipe Toledo, Sidney Guimarães, de Peruíbe. E na geração mais nova, grandes esperanças se concentram em Deivid Silva, Victor Bernardo e Edgar Groggia, do Guarujá, assim como Wesley Dantas e Phelipe Chagas, também de Ubatuba”, afirma Bukão.

“Já São Sebastião vem com o talento de Igor Moraes e o baiano residente no Guarujá, Yage Araújo também promete. Vamos aguardar e torcer para que esta 23ª temporada do circuito mantenha a tradição de mais importante celeiro de talentos do surf de base brasileiro”, destaca Bukão.

Surf Attack Center O circuito promove ainda a integração dos atletas, bem como o cuidado com a saúde. No Surf Attack Center, comandado pelo técnico Thiago Ferrão, os competidores podem fazer uma avaliação física completa, além de receberem orientação nutricional, dicas de fisioterapia e exercícios de treinamento.

Premiação recheada Além da briga no ranking estadual, a molecada disputa passagens para Fernando de Noronha (prêmio destinado aos vencedores Mirim e Júnior). Nesta etapa, os campeões de cada categoria faturam câmeras fotográficas Samsung, kits e troféus.

As próximas etapas também já foram confirmadas. A segunda rola no Píer de Mongaguá (SP), entre os dias 3 e 4 de julho, a terceira em Maresias, São Sebastião (SP), dias 21 e 22 de agosto e a quarta e última nos dias 23 e 24 de outubro no Guarujá (SP).

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Legends duelam no Panamá


Nesta quarta-feira, a International Surfing Association (ISA) anunciou o Panamá como sede do ISA Master 2010, competição disputada por atletas com idade mínima de 35 anos.

A prova rola nas perfeitas ondas de Santa Catalina entre os dias 29 de agosto e 5 de setembro.

Depois de passar por Rincón, Porto Rico, em 2007 e Punta Rocas, Peru, em 2008, o campeonato retorna com as categorias Master (acima de 35), Feminino Master (acima de 35), Grand Master (acima de 40), Kahuna (acima de 45) e Grand Kahuna (acima de 50).

Equipes dos quatro cantos do planeta tentam acabar com a supremacia da delegação sul-africana, vencedora das duas edições.

O Brasil foi medalha de bronze no Peru, com Ricardo Toledo faturando a prata na Master, Jojó de Olivença o bronze na Grand Master e Briggite Mayer a medalha de cobre no Feminino Master.

O porto-riquenho Juan Ashton (Master), o australiano Rob Page (Grand Master) e os sul-africanos Marc Wright (Kahuna), Chris Knutsen (Grand Kahuna) e Heather Clark (Feminino Master) foram os campeões das categorias individuais.

Até o momento, o critério para definição do time brasileiro não foi divulgado pela Confederação Brasileira de Surf (CBS).

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Pato encara Shipstern Bluff


O surfista Everaldo Pato, sua esposa Fabiana e a pequena Isabelle Nalu formam uma família “sem casa” que roda o mundo em busca de aventuras e ondas perfeitas.

Todos os momentos são registrados no programa Nalu Pelo Mundo, do Multishow, que acabou de estrear a segunda temporada.

A série, que é um dos programas mais assistidos da Globo Internacional, mostra o dia-a-dia da família que viaja para lugares paradisíacos, surfa altas ondas e ainda troca as fraldas e dá papinhas a Nalu.

Um dos momentos mais emocionantes dessa viagem interminável aconteceu em abril. Pato e sua família foram em busca de ondas na Tasmânia e registraram fotos incríveis. Confira o depoimento do surfista sobre as ondas e a sua experiência no local:

“Há cinco anos venho tentando surfar esta onda. Em 2005, fomos para a Tasmânia pela primeira vez, e, infelizmente, naquela oportunidade não conseguimos, mas tive a sorte de conhecer aquele lugar lindo, onde dei aquele salto do penhasco em meu filme.

Desde então, venho tentando conseguir pegar um grande swell lá, porém esta onda é muito difícil de quebrar, e ela só surge, no máximo, três vezes ao ano. A Fá e eu já tiramos vistos para a Austrália quatro vezes seguidas, e no último dia 12 de abril conseguimos surfar essa onda.

Ela é incrível, muito pesada, a água congelante e quebra em frente a um costão de pedras muito próximo. Qualquer vacilo pode ser extremamente perigoso e até fatal. O que deixa a onda ainda mais desafiadora são os enormes bumps, ou melhor, ela tem uma onda dentro de outra e quando você consegue completar, é uma sensação incrível.

Foi um dia de sonho para nós. Sabe quando você passa muito tempo querendo uma coisa e sonhando com ela, e de repente tudo se encaixa e lá está você dentro de um tubo animal em algum lugar da Tasmânia, muito distante de tudo e todos?

Sem dúvida, foi um dos melhores dias de surfe da minha vida. E o melhor, minha filha e minha esposa estavam acompanhando tudo de cima do cliff, foi incrível”.

Sul e Sudeste no mapa do surf


Quinta-feira de muitas ondas em todo litoral Sul e em parte do litoral Sudeste do Brasil.

O ciclone extra-tropical posicionado à Leste da costa catarinense gera um potente swell que bombardeia a costa da região com séries que ultrapassam 3 metros entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Infelizmente, os fatores externos - vento forte e tempo instável - prejudicam a qualidade das bombas na maioria dos picos do Sul.

No litoral gaúcho, condições storm impedem qualquer possibilidade de surf há três dias. As séries ultrapassam 3 metros e quebram muito lá fora. O vento do quadrante Sul não dá trégua, nem a chuva.

Em algumas praias catarinenses, para quem gosta de onda grande, tem um surf legal. A correnteza é forte e a arrebentação pesada.

Barra da Lagoa e Porto, com ondas de 1 metrão e melhor formação, são as opções alternativas.

No litoral paranaense, paulista e carioca, as séries quebram menores – com 1,5 metros – mas em compensação a formação é melhor, o tempo está firme e o vento sopra terral.

No Paraná, o mar continua bombando. O point de Matinhos e o point das Direitas funcionam em condições clássicas. A única ressalva fica por conta da correnteza que atrapalha o posicionamento da galera no line up.

Em São Paulo tem muita onda. De Norte à Sul o surf rola solto em séries de até 1,5 metros. No litoral Sul, o destaque fica para o Guarujá: ondas de 1 metrão, vento terral e muito sol.

No litoral Norte, Ubatuba tem as condições mais consistentes: 1,5 metros nas rainhas e terral forte. As maiores fecham, mas na variação de maré deve ficar muito bom. Em São Sebastião e Bertioga, as séries rolam com 1 metro e a galera faz a cabeça desde cedo.

Muitas ondas na surf city do Rio de Janeiro. As melhores ondas estão no Arpoador e Copacabana: mais de 1,5 metros e boa formação. Na Macumba também rola uma queda.

Em Saquarema o point continua funcionando. Em Itacoatiara, ondas muito irregulares. Pode melhorar no decorrer do dia. Em Búzios, rolam ondas consistentes com boa formação.

Para sexta-feira, os gráficos indicam que o swell perde força gradativamente, mas ainda vai sobrar muita onda - tanto no litoral Sul quanto no litoral Sudeste do Brasil.

Os fatores externos – principalmente o vento – vão dar uma trégua. O período sobe para 10 segundos. Tudo aponta para mais um dia de surf.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ciclone entra em ação


Nesta quarta-feira, um ciclone extra-tropical posicionado ao largo da costa Sul / Sudeste do Brasil gera um potente swell de Leste / Sudeste que atua nas praias da região com séries que ultrapassam 2 metros em vários picos.

A ondulação ganha força entre o final da tarde de hoje e a manhã de quinta-feira quando atinge seu ápice. O vento Sul que estava previsto ainda não entrou e a galera mais atirada faz a cabeça desde cedo.

No litoral do Rio Grande do Sul, as condições estão over. Séries enormes quebram com a formação completamente comprometida e impossibilitam o surf.

Em Santa Catarina, o big surf rola solto em morras com a formação regular. Destaque para a Joaquina, onde as séries ultrapassam facilmente 2 metros e vem de traz da pedra.

No Paraná, dia clássico em vários points. No pico de Matinhos, direitas extensas e perfeitas fazem a cabeça da galera local.

O litoral paulista também oferece boas condições: 1 metrão, pouco vento e muito sol. No Guarujá e em São Sebastião estão as melhoras ondas. As esquerdas de Camburi e do Maluf – crowd desde a primeira hora – rolam com ótima formação.

No Rio de Janeiro, os beach breaks da capital e de Itacoatiara quebram irregulares. Em Saquarema, o point funciona com altas ondas. O WQS Coca-Cola Pro 2010 rola em boas condições.

Para quinta-feira, os gráficos indicam que o swell vira de Leste / Sudeste para Sul / Sudoeste e ganha alguma intensidade até o meio dia em todo litoral Sul / Sudeste do pais. O vento do quadrante Sul - que está previsto - pode prejudicar a qualidade das ondas. O período de pico continua na casa dos 10 segundos.

Felipe pega um Bode


Quando se fala em Fernando de Noronha (PE) vem à mente algumas ondas perfeitas da ilha. Entre elas está a Laje do Bode, uma direita incrível quando quebra com as condições certas.

Março e abril são os meses em que o oceano Atlântico começa uma transição na qual as ondulações passam do quadrante Noroeste / Norte para Nordeste. O swell de Nordeste é o que produz as ondas mais perfeitas que quebram no arquipélago: Abrascadabras, Boldró e Laje do Bode, pois geralmente vem acompanhado de vento Sudeste / Sul.

Vento este que entra diretamente na cara da direita da Laje do Bode, como também geralmente traz à ilha a água mais limpa, com um azul escuro profundo.

Ao mesmo tempo da mudança de direção no swell do Atlântico, começa o retorno da areia que consequentemente estabiliza o fundo de areia com a Laje. Tudo isso antes de acabar a temporada, por meados de maio.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Indonésia volta com tudo


Está tudo pronto para o início da cobertura da temporada 2010 na Indonésia.

Neste ano, terei a colaboração do meu parceiro de longa data Felipe Saboya, o mais novo membro da equipe DreamDeliver.

Apesar de ter atrasado um pouco o início - causado pelo cancelamento do embarque em meados de abril devido a nuvem de cinzas espelida por um vulcão na Islandia sobre a Europa – agora estamos à postos para realizar mais um ano de trabalho.

A Indonésia sofre com uma intensa rainy season (estação de chuvas). Ela se propaga até agora e já estamos em meados de maio. As estradas estão em estado precário. Há muita sujeira no mar.

Ontem, depois de acurada e severa manutenção, fiz um teste com o barquinho pela costa oeste do Bukit balinês. Constatei uma grande quantidade de lixo no mar. Fui obrigado a parar o motor para retirar alguns detritos que se emaranharam na hélice.

Espero - como sempre - contar com a proteção divina e realizar com segurança meu trabalho de levar aos internautas do Waves um pouco do que acontece na ilha dos mil templos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Jacque é vice em Estoril


Em ondas de 1 metro, terminou no último domingo a quarta etapa do mundial WQS, na praia de Babufeira em Estoril, Portugal.

A catarinense Jacqueline Silva, que luta contra a falta de patrocínio, fez uma bela performance durante todo o evento e finalizou a competição em segundo lugar.

Jacque competiu três baterias de quatro atletas, avançou em todas, garantindo a vaga nas quartas de final da competição, passando a competir no formato mulher a mulher.

Nas quartas, a catarinense duelou com a australiana Jessy Miley-Dyer, vencendo num placar acirrado, de 10.10 contra 10.00 da adversária.

Na bateria seguinte, válida pela semifinal da competição,

Sally Fitzgibbons e Jacque no pódio em Estoril, Portugal. Foto: Aquashot / Aspeurope.com.

Jacque enfrentou a americana Sage Erickson e venceu depois de uma boa atuação, garantindo vaga na grande final do evento.

No confronto final, a brasileira e a australiana Sally Fitzgibbons decidiram a posição no pódio. Depois de 30 minutos de bateria, Sally surfou as melhores ondas e venceu a catarinense.


"Estou feliz de ter feito a final, pois meu objetivo este ano é voltar ao World Tour. Então considero um ótimo resultado", declarou Jacque depois da final.

Com o resultado, Jacque somou 2.520 pontos e disparou no ranking mundial WQS. Passou do 31o lugar no ranking WQS para a terceira posição.


Catarinense luta contra falta de patrocínio. Foto: Aquashot / Aspeurope.com.

E as competições não param por aí. Nesta segunda-feira, Jacque viaja para praia de Hossegor, na França, onde disputa no próximo final de semana a quinta etapa do mundial WQS.

Resultado do Estoril Billabong Girls 2010

1 Sally Fitzgibbons (Aus)
2 Jacqueline Silva (Bra)
3 Tyler Wright (Aus)
3 Sage Erickson (EUA)
5 Alana Blanchard (Haw)
5 Courtney Conlogue (EUA)
5 Jessi Miley-Dyer (Aus)
5 Nikita Robb (Afr)
19 Bruna Schmitz (Bra)
37 Claudia Goncalves ( Bra)
37 Suelen Naraisa (Bra)


Ranking do WQS depois de 4 etapas

1 Sally Fitzgibbons (Aus) 5520
2 Tyler Wright (Aus) 4320
3 Jacqueline Silva (Bra) 3720

3 Paige Hareb (Nzl) 3720
3 Alana Blanchard (Haw) 3720
6 Laura Enever (Aus) 3600
7 Jessi Miley-Dyer (Aus) 3480
8 Nicola Atherton (Aus) 3360
8 Felicity Palmater (Haw) 3360
8 Claire Bevilacqua (Aus) 3360
8 Sage Erickson (EUA) 3360
24 Suelen Naraisa (Bra) 2640
29 Bruna Schmitz (Bra) 2520
37 Claudia Gonçalves (Bra) 2160

domingo, 9 de maio de 2010

Novos tempos no pranchão


O longboard internacional está prestes a entrar em uma nova era. Com o World Longboard Tour (WLT) perdendo força, o circuito qualificatório vai ganhando corpo, talvez por dois motivos: o custo mais baixo para bancar um evento e o maior número de participantes em relação ao WLT.

Algumas etapas do Longboard Qualifying Series (LQS) do último ano foram uma ótima vitrine, como os dois eventos 3 estrelas seguidos no Nordeste (Bahia e Pernambuco), vencidos por Picuruta Salazar e André Luiz Deca, respectivamente. Muitos longboarders brasileiros sentiram o gostinho de participar de um mundial, apesar dos poucos gringos que vieram.

Em janeiro de 2010 já rolou uma etapa 6 estrelas no Peru, vencida por Rodrigo Sphaier, local de Saquarema (RJ). Foi legal ver muito neguinho que só corria em categoria amadora no Brasil arrebentando nas baterias de circuito mundial e levando alguns ‘dólares’ para casa.

Agora os ventos sopram a nosso favor e já temos novidades de peso, o que deve trazer muitos gringos aqui para terrinha. A etapa baiana do LQS, que acontece de 12 a 15 de agosto, sai de Jaguaribe na capital e vai para Itacimirim, em Camaçari, um pico escolhido a dedo pelas características da onda. O melhor é que a premiação dobrou e o evento virou um 6 estrelas.

O campeonato de Maracaípe (PE) também ganha mais uma estrela em relação ao ano passado, tendo agora status 4 estrelas. A disputa rola na semana seguinte, entre os dias 19 e 22 de agosto. A luta é para que ainda aconteça outra etapa, ainda sem local confirmado, na sequência das etapas da Bahia e Pernambuco. Se acontecer, será um marco não só na história do longboard nacional, mas também mundial.

Desde 2003 que o WLT deixou de ser um ‘tour’. Todos os campeonatos da Oxbow tiveram um glamour especial, mas o fim dos anos 90 e o inicio da década marcaram o auge do circuito mundial. Foram bons anos com cinco etapas, sendo três na Europa (Portugal, Espanha e França), uma no Brasil e última a Oxbow mudava o local a cada ano, com passagens por Makaha (Hawaii), Austrália, J-Bay (África do Sul), praia do Rosa (Santa Catarina), México e Nova Zelândia.

Depois da Nova Zelândia em 2003, a Oxbow abandonou o WLT e só voltou em 2007, quando Phil Rajzman foi campeão mundial na França, na única etapa que definiu o titulo. Em 2004, o tradicional Biarritz Surf Festival foi outro evento solitário que consagrou o magrinho Joel Tudor como bicampeão mundial, que agora vem levantando taças no jiu-jitsu.

Para desespero geral, em 2005 não teve sequer uma etapa e o título ficou com o fantasma Gasparzinho. No ano seguinte outro tradicional evento, o Rabbit Kekai na Costa Rica, ficou com a responsa de nos oferecer a disputa pela taça do mundo. Quem se deu bem foi a figuraça australiana Josh Constable.

Com o retorno da Oxbow em 2007 parecia que o WLT ia engrenar com as duas etapas oferecidas no ano seguinte. Em 2008 fomos de novo para França em maio e em novembro invadimos San Onofre na Califórnia, onde o Bonga Perkings garantiu mais um titulo.

Ano passado a caravana deu a largada no Japão e finalizou nas Maldivas. O titulo ficou com o Harley Ingleby, o melhor surfista de rabeta do longboard mundial. Nem eu sei se isso é um elogio, talvez seja mais uma critica ao conceito do surf de longboard atual nas competições.

Porém em 2010 voltamos à situação de decidir o titulo em apenas uma etapa, que só acontece em novembro no Hawaii (Makaha). Bom, pelo menos vai ser no Hawaii! Mas isso prova que o longboard não pode depender da Oxbow para ter um circuito mundial.

É preciso buscar soluções para a falta de etapas no WLT. E talvez elas estejam no próprio LQS que, mesmo com caráter regional, vem se consolidando principalmente no Brasil e na Califórnia. O circuito mundial de pranchão precisa ser repensado, um título mundial não pode ser decidido em apenas uma etapa. É tempo de mudança, quem sabe a unificação do QS valendo pontos na corrida pelo título principal!

O Circuito Brasileiro também dá o start agora em maio, no Espírito Santo. O Petrobras Longboard Classic rola de 21 a 23 nas águas vermelhas de Jacaraípe pelo terceiro ano consecutivo.

Mas antes a galera vai poder aquecer as turbinas no Festival Lupa Lupa, dias 15 e 16 na Macumba, válido pelo Circuito Carioca Profissional. A premiação é de R$ 5 mil, uma passagem ao Hawaii e um longboard.

Afiem suas quilhas, as batalhas vão começar! O longboard brasileiro agradece!

Kling vence; Mineiro é terceiro


O norte-americano Gabe Kling roubou a cena neste sábado e faturou o título do Nike 6.0 Lowers Pro, etapa de nível 6 estrelas e status Prime do WQS disputada em Trestles, Califórnia (EUA).

Com performances bastante consistentes nas ondas de meio a 1 metro e boa formação, Kling desbancou os favoritos e faturou o cheque de US$ 20 mil oferecido ao campeão da prova.

O melhor brazuca foi Adriano de Souza, que venceu dois confrontos brasileiros neste sábado e caiu numa semifinal acirrada diante do australiano Chris Davidson.

"Davo" começou melhor com notas 7.50 e 7.43. Adriano reagiu no decorrer da bateria com 7.80 e tentou a virada nos

Chris Davidson e Gabe Kling, Nike 6.0 Lowers Pro 2010, Trestles, Califórnia (EUA). Foto: Marcelo Bolão / Chutaobalde.com.

minutos finais em uma direita (6.40) e uma esquerda (6.73), mas acabou eliminado da prova.

Na outra semifinal, Kling bateu o tricampeão mundial Andy Irons, que vinha de uma brilhante atuação nas quartas, onde triturou o norte-americano CJ Hobgood com notas 9.07 e 9.50.

Ex-top da elite mundial, Gabe Kling derrotou o havaiano numa dura batalha que terminou com o placar de 12.86 a 12.64 pontos.

Depois de desbancar o sul-africano Jordy Smith nas quartas e o havaiano Andy Irons na semi, Kling chegou com tudo à decisão e não deu mole a Chris Davidson.

Com uma excelente escolha de ondas e muita energia nas manobras, o norte-americano arrancou 7.77 e 8.73 dos juízes para fazer a mala de Davidson, autor de 7.17 e 4.60 pontos nas duas melhores ondas.

Brasil Ao todo, quatro brasileiros chegaram ao último dia do Nike 6.0 Lowers Pro em Trestles. O primeiro a cair foi o catarinense Alejo Muniz, derrotado por Adriano de Souza num duelo eletrizante nas oitavas.

O atleta de Bombinhas começou bem com 7.00 pontos e viu o adversário reagir com 6.50 numa direita e 7.27 numa esquerda.

Nos minutos finais, Alejo tentou dar o troco numa esquerda finalizada com duas fortes patadas de backside, mas precisava de 6.78 e fez 6.33.

Ainda pelas oitavas, o potiguar Jadson André não conseguiu dar sequência às belas apresentações das fases anteriores e foi parado pelo aussie Adrian Buchan por 13.90 a 12.17.

Antes de perder para Chris Davidson na semi, Adriano de Souza encarou um novo confronto verde-amarelo em Trestles, desta vez contra o cearense Heitor Alves.

O guarujaense comandou as ações no outside e descolou 8.50 e 6.67 nas duas primeiras ondas, trocando sua segunda maior nota por 7.77.

Heitor não conseguiu reagir e somou 5.67 na melhor onda. O cearense ficou precisando de uma combinação de duas notas no total de 16.28.

Resultado do Nike 6.0 Lowers Pro 2010

1 Gabe Kling (EUA)
2 Chris Davidson (Aus)
3 Adriano de Souza (Bra)
3 Andy Irons (Haw)
5 Heitor Alves (Bra)
5 Adrian Buchan (Aus)
5 CJ Hobgood (EUA)
5 Jordy Smith (Afr)
9 Jadson André (Bra)
9 Alejo Muniz (Bra)

9 Nic Muscroft (Aus)
9 Josh Kerr (Aus)
9 Sebastien Zietz (Haw)
9 Owen Wright (Aus)
9 Cory Lopez (EUA)
9 John John Florence (Haw)

17 Rodrigo Dornelles (Bra)
25 Wiggolly Dantas (Bra)
37 Thiago Camarão (Bra)
49 Jihad Khodr (Bra)
49 Gabriel Medina (Bra)
49 Marco Polo (Bra)
49 Raoni Monteiro (Bra)
49 Willian Cardoso (Bra)
49 Neco Padaratz (Bra)
49 Bernardo Pigmeu (Bra)
73 Jean da Silva (Bra)
73 Miguel Pupo (Bra)
73 Marcio Farney (Bra)
73 Leo Neves (Bra)
97 André Silva (Bra)
97 Paulo Moura (Bra)
97 Hizunomê Bettero (Bra)
113 Pablo Paulino (Bra)

Ranking do ASP World Tour Ranking depois de 18 etapas

1 Taj Burrow (Aus) – 24.125 pontos
2 Jordy Smith (Afr) – 22.191
3 Kelly Slater (EUA) – 21.750
4 Jadson André (Bra) – 20.265
5 C. J. Hobgood (EUA) – 19.484
6 Adriano de Souza (Bra) – 18.557
7 Mick Fanning (Aus) – 17.794
8 Bede Durbidge (Aus) – 16.183
9 Dane Reynolds (EUA) – 16.003
10 Chris Davidson (Aus) – 15.813
17 Damien Hobgood (EUA) – 10.252 pontos
20 Andy Irons (Haw) – 9.756
21 Raoni Monteiro (Bra) – 9.705
23 Josh Kerr (Aus) – 9.307
24 Heitor Alves (Bra) – 9.245
27 Wiggolly Dantas (Bra) – 8.812
29 Alejo Muniz (Bra) – 8.498
30 Gabe Kling (EUA) – 8.488
31 Brett Simpson (EUA) – 8.186
32 Neco Padaratz (Bra) – 7.659